XXI SBRH – Conferências

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23 de novembro

A água no mundo global do futuro - Uma barreira ao desenvolvimento da humanidade?

Luis Veiga da Cunha

Luis Veiga da Cunha é Professor Catedrático Jubilado da Universidade Nova de Lisboa. Licenciou-se em Engenharia Civil no Instituto Superior Técnico e doutorou-se na mesma escola em 1971.

Trabalhou em Portugal até 1983 como professor, investigador e consultor. Durante este período, esteve envolvido em numerosos projectos de investigação, e exerceu actividades de consultoria e docência em Portugal e em vários países estrangeiros. Desde 1963 desenvolveu a sua actividade principal no Laboratório Nacional de Engenharia Civil com especial incidência, numa fase inicial, no domínio da Hidráulica Fluvial, tendo realizado diversos trabalhos de investigação e lançado, em colaboração com a Direcção Geral dos Serviços Hidráulicos um programa de monitorização de transporte sólido nos rios portugueses. Entre 1971 e 1983 dirigiu o Núcleo de Hidrologia e Hidráulica Fluvial do LNEC, onde lançou um conjunto de iniciativas e de novas linhas de investigação nos domínios da gestão e planeamento dos recursos hídricos e do seu desenvolvimento sustentável. Durante o mesmo período foi Professor Catedrático de Hidráulica dos cursos de Engenharia da Academia Militar. Foi Professor visitante da Universidade do Estado do Colorado (EUA) durante todo o ano lectivo de 1975-1976.

Entre 1983 e 1999 deslocou-se para Bruxelas, onde foi Administrador da Divisão dos Assuntos Científicos e Ambientais da Organização do Tratado do Atlântico Norte. No âmbito das suas responsabilidades ao serviço da OTAN, dirigiu diversos programas, entre os quais alguns programas centrados em temáticas ambientais inovadoras, como os programas sobre "Ciência das Mudanças Ambientais Globais" (1990-1996) e "Segurança Ambiental" (1993-1998). Cada um destes programas deu origem a um elevado número de projectos e à publicação de cerca de 60 livros.

Em 1999 regressou a Portugal, tendo, desde então, desempenhado funções de Professor Catedrático Convidado da Universidade Nova de Lisboa no Departamento de Ciências e Engenharia do Ambiente da Faculdade de Ciências e Tecnologia. É membro do Conselho Nacional da Água desde a sua criação em 1994 e do Conselho Nacional do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável desde 2001. Foi o Delegado Português no Comité Científico da OTAN (2001-2005) Foi membro do Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas (IPPC) de 1990 até 2001, e Autor Principal do capítulo relativo ao impacto das alterações climáticas sobre a Hidrologia e os Recursos Hídricos do Terceiro Relatório do IPCC, publicado em 2001. Foi também coordenador do capítulo sobre Recursos Hídricos dos projectos sobre Alterações Climáticas em Portugal. Cenários, Impactos e Medidas de Adaptação (SIAM I, 1999-2002 e SIAM II, 2003-2006).

Foi fundador e primeiro Presidente da Associação Portuguesa de Recursos Hídricos em 1977-1979. Foi director da Associação Internacional dos Recursos Hídricos e presidente do Comité de Hidráulica Fluvial da Associação Internacional de Investigação em Hidráulica. Foi membro do Conselho Editorial da revista Water Policy, revista técnico-científica oficial do Conselho Mundial da Água (1998-2006), e foi membro do Conselho Editorial da revista Water International da Associação Internacional dos Recursos Hídricos (1976-1980). De 2010 a 2013 foi membro e coordenador do "Think Tank Gulbenkian sobre Água e o Futuro da Humanidade", um grupo internacional de reflexão constituído por iniciativa da Fundação Calouste Gulbenkian, que congrega onze prestigiados cientistas de diversos países e publicou em 2013, como resultado da reflexão realizada, o livro "Water and the Future of Humanity" (Springer). É membro da Academia de Engenharia de Portugal e da Academia da Água de França.

É autor de vasta bibliografia científica e técnica, com quase cento e cinquenta trabalhos publicados, entre os quais um terço como livros e capítulos de livros, com destaque para A Gestão da Agua. Princípios Fundamentais e sua Aplicação em Portugal (Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 1980).

É Grande-Oficial da Ordem de Santiago de Espada de Portugal, e da Ordem do Mérito de França. Foi Ministro da Educação no V Governo Constitucional (1979-1980).

24 de novembro

Gestão adaptativa da água: condições, incertezas e avaliação do potencial para manejo integrado

Ignacio Porzekanski

School of Natural Resources and Environment (SNRE) (Faculdade de Recursos Naturais e Meio Ambiente), Universidade da Florida

Bacharel em Ciências (Agricultura)
Universidade Hebraica de Jerusalém, Israel, 1967
Ph.D em Criação de Animais (Departamento de Genética)
Universidade de Cambridge , Reino Unido, 1972.

Idiomas: Espanhol (língua materna), Inglês (completamente bilíngue), Português (completamente bilíngüe) Francês (proficiente), Italiano (Proficiente), MS Office

Cargos atuais
Desde o início de 2004 sou professor da SNRE-School of Natural Resources and Environment, IFAS, Universidade da Florida, Gainesville. Minhas responsabilidades incluem dar dois cursos: Pensamento Crítico nas Ciências Ambientais (EVS 4021) 3 créditos para estudantes que estão para formar-se em Ecologia Multidisciplinar na SNRE. O segundo curso é Processos Científicos de Conservação e Desenvolvimento (3 créditos), oferecido uma vez ao ano pela SNRE para estudantes de pós graduação de todos os departamentos.

Fiz parte da equipe que planejou e ensinou Gestão Adaptativa da Água (IGERT- Estágios Integrados de Educação e Pesquisa em Pós Graduação), desempenhando 3 papéis ; a) como membro de uma equipe, ensinei novo curso núcleo sob o título de Gestão Adaptativa de Água, Terras Úmidas, e Bacias Hidrográficas; b) como instrutor de um seminário semanal sobre Gestão Adaptativa; e c) como instrutor em um seminário semanal de Liderança e Comunicação. Este último, após dois anos, agora é um Seminário de Liderança, Ética e Comunicação.

Cargos anteriores
De maio 1997 até maio de 2003, Chefe da Unidade de Desenvolvimento Sustentável da PROBIDES (Programas para a Conservação da Biodiversidade e Desenvolvimento Sustentável das Terras Úmidas do Leste ) em Rocha, Uruguai. Esse é um Programa de Conservação e Desenvolvimento de Reserva da Biosfera financiado pela PNUD-GEF e União Européia, que teve início em 1993.

Entre outubro de 2001 e 2003, fui convidado e ensinar – como Professor Visitante – um módulo sob o título de “O Desafio Ambiental”, no Programa de Pós-Graduação em Assuntos Internacionais (GPIA-Graduate Program in International Affairs), na New School University em Nova Iorque.

Em fevereiro de 2002 recebi uma pequena bolsa da Fundação AVINA, para o desenvolvimento de um projeto de iniciativas de produção sustentável, a ser realizado dentro da Região de Reserva de Biosfera das Terras Úmidas do Leste. O projeto promoveu três Oficinas que tratavam de estratégias associativas de desenvolvimento em um contexto de conservação, visando às comunidades locais, com a participação de agricultores, funcionários públicos, ONGS e especialistas da Universidade.

1990-1997: Sócio encarregado do Desenvolvimento de Produtos na BIOVIDA Innovação Ltda em São Paulo, Brasil, uma empresa dedicada à manufatura, montagem e distribuição de kits diagnósticos baseados em biotecnologia, para as indústrias médicas, agrícolas, de ração e de alimentos.

Junho-dezembro de 1996: Consultor junto à Embrapa, o Instituto Nacional de Pesquisas Agrícolas, no Brasil, em sua sede em Brasília, no Departamento de Comercialização da Pesquisa (DEC, sob a direção do Dr. Amélio Dall’Agnol). O trabalho consistia em escrever as diretrizes gerais para um Documento estabelecendo os requisitos de uma estratégia de pesquisa “orientada para o mercado”, na qual os objetos da pesquisa agrícola são definidos conforme a infraestrutura produtiva e necessidades das diferentes regiões do país.

1985-março de 1996: Professor Assistente de Melhoramento de Plantas, na Escola de Agronomia (Faculdade de Agronomia), Universidade do Uruguai, ensinando as disciplinas de Interação Genótipo-Meio Ambiente, Desenvolvimento de Híbridos, Recursos Genéticos, e também um Seminário de Biotecnologia (20 horas/semana). Durante três anos nesse período (1992-95), fui também Assistente do Diretor da Faculdade em questões que tratavam do Programa de Pesquisa Institucional

1985-1990: Fui nomeado Membro da primeira Comissão de Pesquisas da Universidade do Uruguai, e membro fundador do Comitê Nacional de Biotecnologia

1978-1982: No Estado de São Paulo, Brasil, fui encarregado do Desenvolvimento de Produtos para a Monsanto. A meta era desenvolver novas aplicações agrícolas para a linha Monsanto de produtos (reguladores de crescimento e herbicidas), através de programas de pesquisa aplicada e experimentos, tanto num contexto acadêmico como comercial. A maior parte do trabalho foi realizada em cana de açúcar e soja, com ênfase no uso de glifosato para sistemas de plantio direto e cultivo mínimo no manejo do solo.

1974-1978: Funcionário de Pesquisa Sênior como perito de melhoramento de plantas do Centro de Pesquisa em Gado e Pastagens da Embrapa, no Mato Grosso do Sul, Brasil. Responsável por criar um programa de coleta de germoplasma e melhoramento de leguminosas nativas com potencial forrageiro. Minha pesquisa tratava do gênero Centrosema: as coletas foram realizadas em todo o norte do Brasil, esquemas de avaliação foram planejados (com ênfase nas características de fixação de nitrogênio, palatabilidade, e boa produção de inverno), e foi iniciado um programa de melhoramento de plantas. Dez ecotipos foram considerados interessantes e/ou promissores, e continuaram a ser desenvolvidos nesse Centro.