Associação Brasileira de Recursos Hídricos
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XXII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos

TEMA: Ciência e tecnologia da água: inovação e oportunidades para o desenvolvimento sustentável

DATA: 26 de novembro a 01 de dezembro de 2017 - LOCAL: Florianópolis - SC

Temário

  • Governança e gestão de recursos hídricos
  • Mudanças climáticas: impactos e adaptação em recursos hídricos
  • Extremos hidrológicos
  • Hidrologia superficial e hidrometria
  • Modelagem hidrológica, de sedimentos e de qualidade de águas
  • Águas subterrâneas
  • Qualidade da água
  • Hidrossedimentologia
  • Hidráulica e hidrodinâmica
  • Ambientes Costeiros
  • Hidro-energia
  • Conservação e reuso da água
  • Manejo de águas urbanas
  • Tópicos especiais

Sessões temáticas

Nesta edição do simpósio os trabalhos poderão ser enviados para a sessão geral (SG) que tratará de todos os assuntos do tema ou para uma sessão especial (SE) que tratará de um assunto específico dentro do tema. Os interessados em enviar trabalhos para as sessões especiais poderão consultar um resumo explicativo.

*Os organizadores se reservam o direito de retirar ou alterar quaisquer sessões.

1. Governança e gestão de recursos hídricos
SG1. Sessão geral
SE1. Governança pelas águas: integração de políticas e instrumentos, conhecimento técnico-científico e formação de corpo técnico

2. Mudanças climáticas: impactos e adaptação em recursos hídricos
SG2. Sessão geral
SE2. Integração entre modelos do clima e de impacto hidrológico no contexto da adaptação às mudanças climáticas

3. Extremos hidrológicos
SG3. Sessão geral
SE3. Desastres relacionados a eventos hidrológicos extremos e sua prevenção

4. Hidrologia superficial e hidrometria
SG4. Sessão geral
SE4a. Princípios e práticas em hidrometria
SE4b. Tipologia das cheias no Brasil

5. Modelagem hidrológica, de sedimentos e de qualidade de águas
SG5. Sessão geral
SE5a. Previsão Hidrológica
SE5b. Modelagem Hidrossedimentológica

6. Águas subterrâneas
SG6. Sessão geral
SE6. Águas subterrâneas a serviço da sociedade brasileira

7. Qualidade da água
SG7. Sessão geral
SE7. Qualidade da água em bacias hidrográficas: desafios do monitoramento integrado hidrológico e de qualidade da água e as diferentes escalas temporais

8. Hidrossedimentologia
SG8. Sessão geral
SE8a. A Hidrossedimentologia nos contextos Urbano e Rural: Erosão, Conservação de solo e Assoreamento de rios e lagos: o Estado da Arte.
SE8b. Desastres Naturais e Tecnológicos Relacionados a Sedimentos

9. Hidráulica e hidrodinâmica
SG9. Sessão geral
SE9. Hidráulica e hidrodinâmica aplicados a estudos hidrológicos

10. Ambientes Costeiros
SG10. Sessão geral
SE10. Ambientes Costeiros - Efeitos da Bacia Hidrográfica sobre a Dinâmica de Ambientes Costeiros

11. Hidro-energia
SG11. Sessão geral

12. Conservação e reuso da água
SG12. Sessão geral
SE12. Ciência e tecnologia para conservação e reuso da água: desafios e soluções para o desenvolvimento sustentável.

13. Manejo de águas urbanas
SG13. Sessão geral
SE13. Dinâmica das águas urbanas no Brasil

14. Tópicos especiais
SG14. Sessão geral
SE14. Ensino em Recursos Hídricos no Brasil

SE1 – Governança pelas águas: integração de políticas e instrumentos, conhecimento técnico-científico e formação de corpo técnico

Organizadora: Jussara Cabral Cruz

Resumo: Apesar da Política Nacional de Recursos Hídricos e do sistema de gestão (SINGREH) em plena implementação, o país enfrenta crises hídricas e conflitos de uso, agravados pela frágil integração entre a gestão dos recursos hídricos - GRH com a do território.
O objetivo desta sessão é discutir e analisar a efetividade da GRH, bem como apresentar ou propor métodos e soluções, incluindo aspectos relacionados à governança, às demais políticas públicas, aos instrumentos de gestão, aos entes do sistema, ao conhecimento e à formação de corpo técnico. Alguns aspectos a serem abordados:
1. i) integração entre os instrumentos outorga, cobrança e planos de recursos hídricos e demais planos das demais políticas públicas e setoriais;
2. ii) integração da gestão territorial e de recursos hídricos nos diferentes níveis das esferas administrativas e setoriais;
iii) pesquisa, inovação e apropriação do conhecimento acadêmico pelo meio técnico-institucional;
1. v) SINGREH: estado de implementação, efetividade da atuação dos entes do sistema.
Algumas das perguntas de interesse:
- Quais e onde os conflitos estão mais evidentes? Quais as causas? Em que ambiente e como está a articulação entre os setores?
- Como Comitês, Conselhos, Órgãos Gestores estão interagindo, quais ações e respectiva efetividade, como melhorar? Qual representatividade nesses conselhos?
- Como compatibilizar gestão por bacias com gestão em diferentes unidades político-administrativos com legitimidade política?
- Como compatibilizar a GRH com as políticas de saneamento ambiental, de proteção e defesa civil, de mudanças climáticas, de resíduos sólidos, bem como setoriais, as quais têm seus próprios desafios?
Essa sessão busca trabalhos que envolvam tanto aspectos metodológicos técnico-científicos bem como institucionais e legislativos, compartilhando experiências.

SE2 - Integração entre modelos do clima e de impacto hidrológico no contexto da adaptação às mudanças climáticas

Organizador: Pablo Borges de Amorim

Resumo: Estudos sobre os impactos das mudanças climáticas nos recursos hídricos são cada vez mais demandados pela sociedade. As avaliações de impacto são essenciais para o desenvolvimento de estratégias de adaptação as possíveis variações do clima. Associar as saídas dos modelos de clima com os modelos hidrológicos é uma tarefa ainda bastante desafiadora, principalmente na escala necessária para as tomadas de decisões. As técnicas variam desde a simples aplicação de indicadores climáticos e abordagens utilizando downscaling (“top-down”), até métodos de resposta hidrológica (“bottom-up”) e o acoplamento online de ambos tipos de modelos. A estratégia para uma integração efetiva deve ser fundamentada na demanda dos usuários finais. Apesar da variedade de métodos e aplicações, os fornecedores e os usuários de informação climática enfrentam frequentemente uma série de desafios metodológicos comuns. Tal fato abre a oportunidade para estreitar a relação entre climatologistas, hidrólogos e tomadores de decisões.
Essa seção tem como objetivo elucidar e debater métodos de inclusão de informações climáticas no contexto dos estudos de impacto hidrológico e medidas de adaptação. Isso inclui: i) a destilação de informações climáticas e sua relação com demandas hidrológicas; ii) a aplicação e validação de técnicas de downscaling (estatístico e dinâmico) e correção de viés; iii) a análise de sensibilidade dos modelos hidrológicos às variáveis hidro-meteorológicas; e iv) quantificação e atribuição de incertezas e sua relação com as escalas espaciais e temporais.
Ainda, o emergente campo de Serviços do Clima (“Climate Services”) visa estabelecer uma interface entre usuários e fornecedores afim de produzir informações climáticas relevantes para a sociedade. Trabalhos sobre Serviços do Clima no âmbito dos recursos hídricos são bem-vindos nessa seção. O objetivo geral é reforçar o intercâmbio científico entre as diferentes comunidades e promover o esforço conjunto para melhorar as técnicas de avaliação de impacto nos recursos hídricos no contexto da adaptação às mudanças climáticas.

SE3. Desastres relacionados a eventos hidrológicos extremos e sua prevenção

Organizadores: Masato Kobiyama e Gean Paulo Michel

Resumo: Segundo estatísticas do EM-DAT/CRED, os desastres naturais vêm aumentando cada vez mais, e, dentre eles, os hidrológicos são os mais frequentes e severos. A sociedade, tanto mundial quanto brasileira, está preocupada com o aumento e a intensificação dos desastres hidrológicos. Nestas circunstâncias, a fase VIII do IHP da UNESCO está abordando, como um de seus seis temas, os desastres relacionados à água. Estes desastres ocorrem devido a perigos naturais de cunho hidrológico, tais como inundações, movimentos de massa úmida, e estiagens. Em outras palavras, esses perigos naturais têm sua origem em eventos hidrológicos extremos e resultam da dinâmica da água em bacias hidrográficas. Assim sendo, a presente sessão pretende discutir os perigos naturais acima mencionados e procurar soluções preventivas dos desastres de maneira integrada, com aspectos institucionais, sociais, legais e científicos.

SE4a. Princípios e práticas em hidrometria

Organizadores: Fernando Grison e Aline de Almeida Mota

Resumo: A hidrometria é a base experimental da hidrologia que trata das medições dos processos hidrológicos e, portanto, responsável pela coleta e fornecimento de dados. Uma parte do conhecimento dos hidrólogos tem origem nas suas experiências com trabalhos desenvolvidos em campo, praticando hidrometria. Esta sessão oferece aos pesquisadores a oportunidade de apresentar suas experiências com a hidrometria, relatando problemas e propondo soluções de medição hidrométrica, apresentando novos equipamentos e métodos, bem como a influência das escalas temporal e espacial de medição, no intuito de contribuir com o avanço da hidrologia.
Algumas das perguntas que gostaríamos de tratar nesta sessão são:

  • Quais são as fontes mais comuns de erros nas medições em geral?
  • Houve evolução da hidrometria no Brasil? Quais métodos evoluíram? Quais métodos foram criados?
  • O avanço da tecnologia dos equipamentos de hidrometria promoveu a evolução da hidrologia? Se sim, em que aspecto?
  • Como a hidrometria é vista pela comunidade científica de recursos hídricos?

SE4b. Tipologia das cheias no Brasil

Organizadores: Pedro Luiz Borges Chaffe e Nadia Bernardi Bonumá

Resumo: Perdas de vida e perdas monetárias relacionadas a cheias e inundações têm aumentado significativamente nas últimas décadas no mundo inteiro. No entanto, muitos dos mecanismos que controlam as cheias no Brasil e no mundo não são devidamente entendidos. O objetivo desta sessão é analisar os principais processos que governam as cheias no Brasil, incluindo padrões espaciais e temporais das mesmas em diversas escalas. Alguns aspectos a serem discutidos são: i) a estimativa de frequência de cheias, seus padrões espaciais e variabilidade temporal; ii) Métodos de regionalização de cheias; iii) Análise de tendências de cheias e discussão do possível impacto de mudanças climáticas. Algumas das perguntas que gostaríamos de tratar nesta sessão são:

  • Qual o papel da duração da chuva no evento de cheia?
  • Qual a razão entre o tempo de retorno da chuva e o tempo de retorno da cheia associada?
  • Quais os controles climáticos e hidrológicos da dependência entre picos e volumes de cheia?
  • Qual a relação entre extremos de cheia e a sociedade, incluindo feedbacks entre clima, sociedade e hidrologia?

Essa sessão busca trabalhos que envolvam tanto aspectos metodológicos gerais quanto estudos de casos de cheias em diferentes regiões do Brasil e que cubram diversas escalas. As contribuições deveriam idealmente discutir os desafios e os benefícios das metodologias para a identificação e caracterização das cheias no Brasil.

SE5a. Previsão Hidrológica

Organizadores: Fernando Mainardi Fan e Walter Collischonn

Resumo: A antecipação da condição de vazão em rios é muito valiosa para a mitigação de impactos negativos de eventos hidrológicos, pois permite a emissão de alertas, tomada de decisão na operação de obras hidráulicas, execução de planos de reposta a emergências, otimização do uso de recursos hídricos, entre outras preparações.
Para prover previsões de vazão de boa qualidade e em tempo apropriado é necessário prever corretamente o comportamento de um sistema natural complexo, modificado por ações humanas, que é uma bacia hidrográfica. Além disso, as previsões de vazões devem ser feitas utilizando informações incompletas e incertas de variáveis meteorológicas e hidrológicas.
Esta sessão será uma oportunidade para reunir cientistas, hidrólogos, meteorologistas, e demais profissionais interessados em explorar o uso de técnicas de previsão hidrológica ou hidrometeorológica e suas aplicações. São bem vindos todos os tipos de aplicações de técnicas e estudos de caso.
As contribuições abrangem, mas não estão restritas, aos seguintes tópicos:
- Desenvolvimento de modelos e sistemas de previsão
- Avaliação do desempenho e qualidade de previsões
- Investigação em previsão por conjunto (ensemble)
- Técnicas para melhorar a aptidão dos sistemas de previsão
- Estratégias para equilibrar o conhecimento humano e a automação em sistemas de previsão
A sessão busca trabalhos que envolvam tanto aspectos metodológicos gerais quanto estudos de casos. Estudos de caso com diferentes usuários, escalas espaço-temporais, intervalos de previsão, regimes hidrológicos e meteorológicos são bem-vindos.
Atenta-se ao fato que previsões ou projeções climáticas (como de mudanças climáticas) não são o principal interesse desta sessão.

SE5b. Modelagem Hidrossedimentológica

Organizadores: Fernando Mainardi Fan e Gean Paulo Michel

Resumo: O ciclo hidrossedimentológico pode ser resumido como a transferência dos sedimentos através dos compartimentos da esfera terrestre. Exemplos de problemas relacionados com o ciclo hidrossedimentológico são: perda de solos férteis, escorregamentos de encostas, assoreamento de cursos de água, dificuldades no tratamento da água, problemas ecológicos aquáticos, e assoreamento de reservatórios.
Para lidar com estas questões uma das principais ferramentas é o monitoramento para a obtenção de dados primários. Complementando o monitoramento, as técnicas e modelos matemáticos computacionais permitem fazer o melhor uso possível dos dados para compreender a realidade estudada, incluindo questões como produção de sedimentos, taxas de transporte e importância da propagação fluvial.
A modelagem é útil para ampliar o aproveitamento dos dados observados, os quais geralmente são muito escassos em hidrossedimentologia. Um modelo hidrossedimentológico calibrado para uma bacia permite fazer inferências sobre o passado, o presente e o futuro da dinâmica de sedimentos na bacia hidrográfica. Por este motivo esta sessão tem como objetivo reunir interessados na temática de desenvolvimento e aplicação de modelos matemáticos hidrossedimentológicos.
As contribuições abrangem, mas não estão restritas, aos seguintes tópicos:
- Desenvolvimento de modelos hidrossedimentológicos;
- Aplicação e validação de modelos hidrossedimentológicos;
- Estudo da dinâmica e conectividade dos sedimentos através de modelos;
- Quantificação dos fluxos de erosão e sedimentação no espaço e no tempo.
A sessão busca trabalhos que envolvam tanto aspectos metodológicos gerais quanto estudos de casos. Estudos de caso com diferentes aplicações, escalas espaço-temporais, regimes hidrológicos e climáticos, são bem-vindos.

SE6. Águas Subterrâneas a serviço da sociedade brasileira

Organizador: Edson Wendland

Resumo: A água subterrânea é reconhecida como uma fonte essencial para o abastecimento público, mesmo em países como o Brasil, que detém 12% dos recursos hídricos renováveis mundiais. O recente período de escassez hídrica, provocada por anomalias climáticas, mostrou que existem sérias dificuldades no efetivo enfrentamento de situações críticas, em parte, devido ao conhecimento insuficiente das reservas subterrâneas. O problema é agravado pela ausência de estratégias de utilização e gerenciamento integrado dos recursos hídricos para atendimento das demandas da sociedade. Nesse contexto, o objetivo desta sessão é apresentar os principais avanços técnicos e científicos na área e discutir estratégias de sua efetiva aplicação para a solução dos problemas de interesse da sociedade brasileira.
Alguns assuntos que podem ser tratados nesta sessão são:

  • Disponibilidade e sustentabilidade de aquíferos
  • Água subterrânea e o gerenciamento integrado de recursos hídricos
  • Modelação e simulação de escoamento subterrâneo
  • Monitoramento de águas subterrâneas
  • Bancos de dados
  • Aquíferos sedimentares, fraturados e cársticos
  • Mudanças climáticas e o impacto nas águas subterrâneas
  • Recarga artificial
  • Interação rio-aquífero
  • Contaminação e remediação de aquíferos
  • Dispositivos de retenção e infiltração de água
  • Outros assuntos relacionados à água subterrânea

Esta sessão busca trabalhos que envolvam tanto aspectos metodológicos gerais quanto estudos de casos de disponibilidade hídrica subterrânea em diferentes regiões do Brasil e que cubram diversas escalas temporais e espaciais. As contribuições devem, idealmente, discutir os desafios, benefícios e metodologias para a identificação e caracterização dos recursos hídricos subterrâneos, bem como sua efetiva inserção no planejamento integrado de recursos hídricos.

SE7. Qualidade da água em bacias hidrográficas: desafios do monitoramento integrado hidrológico e de qualidade da água e as diferentes escalas temporais

Organizador: Michael Mannich

Resumo: Os atributos físicos, químicos e biológicos da água denominados de “qualidade da água” são influenciados pela “quantidade da água”, ou seja, a vazão. O monitoramento integrado é o fundamento para o diagnóstico ambiental, a avaliação ecológica e instrui o processo de gestão e gerenciamento de bacias hidrográficas. O binômico qualidade-quantidade é parte integral da gestão dos recursos hídricos com vistas à proteção ambiental equilibrada com demandas sociais e econômicas. A natureza da relação entre quantidade e qualidade da água é complexa, depende das características da bacia, e responde rapidamente a variações da vazão. Há lacunas científicas que podem fornecer elementos que dão suporte à decisão, guiar a prioridade de investimentos em bacias e contribuir na compreensão das relações específicas entre qualidade e quantidade. Esta sessão possui como foco de discussão e temática:
Avaliação de séries de longo período
Avaliação estatística e probabilística de qualidade da água
Desenvolvimento, aplicação e calibração de modelos numéricos para prognóstico, avaliação de cenários e apoio à decisão
Monitoramento inteligente baseado em eventos e/ou eventos extremos
Proposta e resultados de monitoramento automático e/ou com frequência e escalas temporais diferentes
Indicadores ambientais
Diagnóstico e identificação de fontes poluidoras
Qualidade da água em reservatórios e aspectos limnológicos

SE8a. A Hidrossedimentologia nos contextos Urbano e Rural: Erosão, Conservação de solo e Assoreamento de rios e lagos: o Estado da Arte.

Organizador: Teodorico Alves Sobrinho

Resumo: O desenvolvimento econômico, a expansão das atividades humanas e o crescimento populacional foram subestimados no processo de gestão e planejamento do uso e ocupação do solo em áreas urbanas e rurais. Como consequência, o avanço de processos erosivos e de assoreamento tem comprometido a qualidade ambiental desses locais. Isso tem levado o tema de degradação do solo e da água a ser reconhecido cada vez mais como ameaça mundial. Os primeiros trabalhos sobre Sedimentologia e Geomorfologia fluvial foram executados pelo britânico Sorby em 1859. Neste período diversos estudos foram realizados visando melhor entender o processo de produção de sedimento no contexto de áreas urbana e rural. No entanto, existem lacunas em diversos campos da Hidrossedimentologia relativas ao processo de transporte e deposição de sedimentos. O tema apresenta desafios complexos, com dimensões ambientais, sociais, econômicas e políticas, para o desenvolvimento sustentável. Assim, além de abordagens tradicionais, pesquisas que envolvam aspectos econômicos e sociais têm se tornado cada vez mais necessária na tomada de decisão. Políticas públicas e abordagens holísticas que considerem diferentes escalas espaciais e temporais do processo hidrossedimentológico trarão novos entendimentos sobre a temática com soluções inovadoras na minimização de impactos. As pesquisas sobre o tema, considerando os processos físicos, sociais ou de governança nas diferentes escalas, que gostaríamos de tratar nesta sessão são: o estado da arte da degradação do solo; avanço nos modelos para estimativas de transporte de sedimentos; eficiência de técnicas de monitoramento, como o uso de turbidímetros; assoreamento e suas consequências em áreas urbana e rural.

SE8b. Desastres Naturais e Tecnológicos Relacionados a Sedimentos

Organizadores: Gean Paulo Michel, Fernando Mainardi Fan e Masato Kobiyama

Resumo: Atualmente existe um aumento abrupto na ocorrência de Desastres Relacionados à Sedimentos (DRS), sendo que estes estão quase sempre vinculados a processos hidrossedimentológicos extremos. Os DRS podem ser de origem natural, tais como aqueles causados por movimentos de massa, ou de origem tecnológica, tais como os rompimentos de barragens de rejeitos de mineração. Os DRS de origem natural ganharam maior visibilidade no Brasil após os eventos de 2008 em Santa Catarina e 2011 no Rio de Janeiro. Quanto aos DRS tecnológicos, o rompimento da barragem de Mariana, em Minas Gerais, no final de 2015, demonstrou os grandes impactos que podem ser causados por eventos desta natureza.
A atual capacidade humana para gerenciamento de DRS é limitada, por um lado devido ao conhecimento ainda incipiente acerca dos mecanismos de ocorrência envolvidos em tais eventos e, por outro lado, devido à natureza extrema dos mesmos. O desenvolvimento desta capacidade depende diretamente de estudos que visem caracterizar, monitorar, modelar ou prever a ocorrência de DRS e, consequentemente, de processos hidrossedimentológicos extremos. Desta maneira, esta sessão visa congregar pesquisadores que demonstrem interesse em DRS e processos hidrossedimentológicos extremos.
Alguns dos itens de maior pertinência a esta sessão são:
- Caracterização e avaliação de DRS;
- Modelagem de processos hidrossedimentológicos extremos (escorregamentos, fluxos de detritos; fluxos hiperconcentrados, entre outros);
- Monitoramento de barragens de rejeitos de mineração;
- Simulação de rompimento de barragens de rejeitos de mineração;
- Mapeamento de perigo/risco de DRS.
Tanto trabalhos relacionados a aspectos metodológicos quanto estudos de caso são desejados.

SE9. Hidráulica e hidrodinâmica aplicados a estudos hidrológicos

Organizador: Cristóvão Vicente S. Fernandes

Resumo: A integração das fases bacia e canal dos modelos hidráulicos e hidrodinâmicos, aplicados a estudos hidrológicos representa um grande desafio para a consolidação de ferramentas para o processo de tomada de decisão em gestão de recursos hídricos. A motivação dos pesquisadores se fundamenta na busca da adequada representação da realidade física, da melhor discretização computacional para o problema a ser estudado e, também, das melhores estratégias para calibração de modelos matemáticos de forma a garantir condições adequadas para gestão de riscos e incertezas para a aplicação em estudos hidrológicos. Neste contexto esta sessão técnica particularmente e de forma integradora abordará discussões sobre questões relativas a estratégias de controle de cheias, estudos para a modelagem de ruptura de barragens , operação de reservatórios em tempo real, integração modelos de hidrológicos, hidrodinâmicos e de qualidade da água, soluções numéricas para discretização 1D, 2D e 3D em modelos hidrodinâmicos, estabelecimento da qualidade de informações hidrológicas para a confiabilidade de soluções de modelos hidrodinâmicos, avaliação do impacto de mudanças climáticos em processos de modelagem hidrológica e hidrodinâmica.

SE10. Ambientes Costeiros - Efeitos da Bacia Hidrográfica sobre a Dinâmica de Ambientes Costeiros

Organizadores: Luis Hamilton Pospissil Garbossa e Felipe Pimenta

Resumo: O objetivo desta sessão temática é apresentar pesquisas da influência de bacias hidrográficas sobre ambientes costeiros controlados por processos naturais e antrópicos, incluindo estuários, lagunas, baias e plataformas continentais.
Um dos mais complexos regimes costeiros ocorrem na região onde as águas fluviais se encontram com o oceano. A dinâmica nessas regiões é regida pela combinação de diferentes fatores, como a magnitude da descarga fluvial, ventos, marés, ondas e interações das correntes com a topografia local. O entendimento da dinâmica de correntes e transporte de sedimentos e substâncias é fundamental para a conservação e gerenciamento destes ecossistemas.
Dentre os aspectos a serem abordados nesta sessão estão: i) o impacto das mudanças climáticas nos regimes de bacias costeiras e seus efeitos em áreas litorâneas; ii) influência da ação antrópica sobre bacias hidrográficas e suas consequências sobre áreas costeiras; iii) estudos sobre transporte de sedimentos e processos erosivos; iv) programas de monitoramento de corpos hídricos; v) usos múltiplos da água em regiões estuarinas (turismo, aquicultura, urbanização); vi) ferramentas e soluções para o gerenciamento integrado de ambientes aquáticos.

SE12. Ciência e tecnologia para conservação e reuso da água: desafios e soluções para o desenvolvimento sustentável.

Organizadora: Conceição de Maria Albuquerque Alves

Resumo:A sessão tem como objetivo apresentar desafios e avanços da ciência para a conservação e o reuso da água no contexto do desenvolvimento sustentável. Deve ser ressaltada a contribuição da conservação e do reuso para o abastecimento humano em diversos recortes territoriais e para a sustentabilidade de atividades econômicas (agricultura, indústria, serviços, comércio), bem como sua relevância para construção de medidas adaptativas frente às mudanças climáticas. Serão discutidos os aspectos técnicos, legais e institucionais associados a iniciativas, políticas, programas e ações voltados para a conservação e o reuso da água. O tema central poderá ser abordado por meio dos seguintes tópicos: educação ambiental para conservação e reuso da água; inovações e tecnologias para concepção e implementação de sistemas de conservação e reuso da água; legislações e regulamentações para conservação e reuso da água; análise de risco de sistemas de reuso da água; análise de viabilidade técnica, econômica, ambiental e social de sistemas de conservação e reuso da água; avaliação de desempenho de políticas, planos e programas para conservação e reuso da água; controle de perdas em sistemas hídricos; sistemas de apoio a decisão para conservação e reuso da água; contribuições do reuso da água para integridade ecossistêmica de ambientes aquáticos; avaliação da participação de atores em políticas, programas e ações para conservação e reuso da água. 

SE13. Dinâmica das águas urbanas no Brasil

Organizadora: Priscilla Macedo Moura

Resumo: A natureza dinâmica das áreas urbanas e de seus habitantes levam a necessidade de um manejo sistêmico de suas águas, que considere questões operacionais, impactos ambientais, financeiros e sociais. A presente sessão técnica foca o debate sobre as alterações no regime e na qualidade das águas pluviais tendo em vista modificações nas fontes de poluição, mudanças climáticas e no uso de técnicas de drenagem sustentável. As discussões nessa sessão poderão abranger: i) a integração das técnicas de drenagem sustentável ao ambiente construído e adaptação às condições locais, com retorno de experiências de monitoramento em escala real e em longo termo; ii) a utilização de dados de monitoramento para modelagem de sistemas de drenagem urbanos; iii) a caracterização quali-quantitativa dos processos hidrológicos em meio urbano; iv) instrumentos de apoio à gestão das águas urbanas, incluindo processos participativos e aceitação social de técnicas de drenagem e avaliação de desempenho ambiental dos sistemas de drenagem urbanos.
Busca-se trabalhos que compreendam tanto a caracterização do ciclo hidrológico em meio urbano – incluindo a utilização de dados de radar, monitoramento de vazões e níveis de água de cursos de água urbanos, quanto a avaliação dos impactos da urbanização e seus meios de mitigação, valorizando-se estudos que englobem a bacia hidrográfica como um todo. Contribuições que tratem de avaliações sistêmicas de desempenho dos sistemas de drenagem urbanos terão papel central nas discussões, incluindo aquelas que envolvam os desafios a serem enfrentados com as mudanças climáticas.

SE14. Ensino em Recursos Hídricos no Brasil

Organizadores: Fernando Mainardi Fan, Masato Kobyiama, Pedro Luiz Borges Chaffe e Adilson Pinheiro

Resumo: Todas as pessoas que trabalham em empresas ou em Universidades mais cedo ou mais tarde serão confrontadas com o ensino ou a supervisão de “novos” profissionais na área de recursos hídricos.
Às vezes parece que cada profissional responsável tem que inventar a roda novamente para encontrar uma maneira eficiente e atraente de explicar os processos hidrológicos e hidráulicos, sem conhecer muitas experiências didáticas de sucesso ou insucesso já aplicadas. Ou não são conhecidos os perfis dos profissionais formados nas Universidades que são disponibilizados para as empresas (por exemplo: quais são as competências de um técnico em Hidrologia? Qual é o foco dos currículos de Engenharia Hídrica?).
Esta sessão será uma oportunidade para reunir professores, profissionais da área de Recursos Hídricos, alunos de cursos de diferentes níveis, e demais interessados em debater o tema de ensino de Recursos Hídricos no Brasil.
Esta sessão busca reunir trabalhos relacionados com experiências de ensino de Recursos Hídricos no Brasil em todos os níveis: nível básico e médio (ensino nas Escolas), nível pós-médio (Cursos Técnicos em Hidrologia e afins), nível superior (Cursos de superiores de Engenharia Hídrica, Ambiental, Civil, Sanitária, e afins), e nível de pós-graduação (Especialização, Mestrado e Doutorado). A sessão busca trabalhos que envolvam tanto aspectos metodológicos gerais quanto estudos de casos.
O objetivo final da sessão é ser um espaço onde serão debatidos e talvez traçados os caminhos para o futuro do ensino de Recursos Hídricos em Escolas e Universidades no Brasil, visando aprimorá-lo constantemente e compatibilizá-lo com as necessidades do seu tempo.




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